quinta-feira, 25 de novembro de 2010

The Jester Challenge

S/V Lizzie-G  (modelo Alvin Vega 27 pés - 8 metros)

Em Julho 2010 este pequeno barco arribou á marina da Praia da Vitória para pequenas reparações. O seu dono meu amigo Denis Gorman navegador solitário participava numa regata The Jester Challenge (um rally sem prémios nem classificação), entre os portos de Plymouth na inglaterra e Newport Rhode Island USA.
Partiram para este rally 23 barcos tendo chegado apenas nove a Newport sendo um deles S/V Lizzie G.
Em Julho de 2008 Denis esteve na marina da Praia da Vitória na The Jester Challenge Azores com  outro barco S/V Auld Meg de 23 pés menos de 7 metros. Conheci-o a ele e a outro solitário Bill Churchouse do S/V Belgean 22 pés 6.6 metros (foto) na marina da horta. Este ano 2010 Bill Churchouse caíu ao mar e teve que abandonar o rally.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Barcos de bolso

Este barquinho com pouco mais de 6 metros esteve na marina da Praia da Vitória em Agosto de 2010, o seu dono, um alemão com perto de 1 metro e 90 de altura, viajou da Europa para Açores e daqui seguiu para o Senegal onde vai passar o inverno.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Contessa 26 modelo Jeremy Roger`s

Este Contessa 26 modelo Inglês esteve na Horta em Agosto 2010 com quatro Noruegueses a bordo que vinham de uma viagem muito parecida com a que quero fazer.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Crise

Como o país está em crise e eu também, venho por este meio informar os meus humildes leitores principalmente aqueles que têm barco que aceito donativos em géneros, electrónicos e não só.
Se alguém tiver por aí algumas daquelas velharias ou menos velhas de que já não precise por exemplo plotters, navetex, ais, ssb rx, velas velhas para remendos, enrolador de genoa, mariato,cartas em papel (mesmo cópias), prometo que os usarei com o mesmo carinho com que uso tudo no meu querido barco.

P.S. Não se preocupem se forem muito velhas, o meu barco tem trinta e três anos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rota possível

Estou a ver que as expectativas em relação á minha viagem são muita grandes, eu não prometo escrever grandes aventuras e tão pouco vou fantasiar, irei limitar-me a contar o meu dia a dia mesmo que nada tenha para dizer de tão heróico como tenho lido em alguns sites e blogues de viagens que tenho acompanhado.
Primeiro que tudo eu não percebo nada de vela por isso não vão ver-me a escrever com termos náuticos que só os regateiros de fim de semana entendem e sempre que possível vou utilizar os termos como aprendi na Marinha uma vez que temos nome para tudo o que existe dentro dum barco, sempre que não encontre o termo certo irei refugiar-me na língua inglesa e desde já peço as minhas desculpas.
A duração da viagem está prevista para 22 meses mas sem compromissos, tanto pode durar mais como menos, tudo depende do gozo que a mesma me der e não vou com pressas nem bater recordes de tipo algum. 
Em Agosto penso sair rumo S.Maria depois já em Setembro isla Graciosa no noroeste das Canárias, depois de uma volta por duas ou três ilhas Canarinas onde penso abastecer de viveres e comprar algumas coisas para o barco, parto com destino Cabo Verde onde pretendo ficar até princípios de Dezembro e onde espero receber a minha esposa para uma viagem pelas ilhas. Daqui para a frente é que está uma grande complicação ou rumo sul para uma tirada de mais de 20 dias até Recife Brasil e daqui até Paratí descendo a costa parando em Baía, Caravelas (Abrolhos), Vitória, Cabo Frio, Rio, Ilha Grande, Angra dos Reis e Paratí. A outra hipótese é rumar para oeste via Barbados (Caraíbas), daqui para as ilhas a norte da Venezuela; Aruba, Curaçao, Bonaire, Islas los Roques, Isla Margarita, Los Testigos etc. Seja qual for a opção a tomar sei que entre Junho e Novembro de 2013 terei que estar bem longe das Caraíbas (Lesser Antilles) para fugir á temporada dos Ciclones. Passada a época dos furacões lá para Dezembro parto para a minha viagem pelas ilhas do barlavento Caribenho depois ilhas de sota vento até S.Martin onde abasteço de viveres para a tirada até Bermudas e finalmente a minha querida terra, grupo de ilhas reconhecidas por muitos velejadores e não só como " AS MAIS BELAS DO MUNDO."Tenho dito!!!!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

                                          Lancha de Pilotos Europa
                                          Lancha de Pilotos Europa

                                          Lancha de Pilotos Serreta (MARINHA)

Actualmente o meu serviço é tripulante da embarcação de pilotos Europa onde exerço o cargo de maquinista desde Fevereiro de 2010. Entre 1981 e 1992  na Horta entre 1992 e 1997 em Angra do Heroísmo e Praia da Vitória e entre Maio de 2009 e Fevereiro de 2010 também na Praia da Vitória exerci esse cargo embora com embarcações da Marinha iguais á da foto acima. Essas embarcações das quais a marinha ainda possui pelo menos três aqui nos Açores, duas na Terceira e penso que uma em P. Delgada prestaram durante 38 anos um reconhecido serviço á região efectuando o serviço de pilotagem com pilotos e tripulação do quadro de militarizados da Marinha de Guerra Portuguesa.
Entre 1997 e 2009 exerci o cargo de maquinista no Salva-Vidas Sota Patrão António Crista assim como nas embarcações semí-rígidas do I.S.N. da estação da Horta.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um pouco de nós Homem e Barco

O meu sonho de viajar em solitário pelo atlântico vem já de há mais de trinta anos ainda vivia eu na Marinha Grande pelos idos anos de 1977/78. Nessa época via passar alguns veleiros perto da praia de S.Pedro de Muel e sempre me fascinou aquela liberdade de navegar ao sabor do vento, ver aqueles  pôr-do-sol tão conhecidos por quem frequenta aquelas praias da zona oeste.
Nessa altura a minha única experiência no mar eram as viagens no barco "Avelar Pessoa" de Peniche para a Berlenga e que aconteciam sempre no verão quando eu de mochila ás costas me aventurava  pela costa percorrendo as praias pouco conhecidas pelo turismo ainda fraco de Portugal.
Em 1979 ingressei na marinha onde tirei o curso de condutor de máquinas "maquinista de motores marítimos".
Depois do curso rumei para os Açores ilha de S. Miguel  para prestar serviço por um ano no Comando Naval dos Açores. Aí conheci alguns velejadores franceses com quem convivi bastante e onde o bichinho da vela se foi entranhando.
Em Dezembro de 1981 concorri para a capitania do Porto da Horta para durante a comissão de três anos construir um veleiro em aço. Também aqui conheci muitos velejadores alguns deles com muitas travessias do atlântico sob a quilha. Todos eles me incentivaram a seguir com o meu sonho mas o dinheiro era pouco e a construção do barco foi sendo consecutivamente adiada.
Finalmente em 2006 quando estava a pedir orçamentos para a construção de um veleiro multichine em plyglass (contraplacado com resina epóxi) cujo começo de construção estava agendado para 2007 apareceu á venda na marina da Horta o barco com a medida ideal para a minha bolsa e de fácil manobra, nada mais nada menos que o famoso contessa 26, modelo já com duas voltas ao mundo em solitário diversas travessias do atlântico tb em solitário e que em 2006 contava com mais um casal de nórdicos tb na sua volta ao mundo.
Como o preço negociado era muito bom tornei-me de repente num feliz proprietário de um contessa 26.

Alguns dados do barco: 

Número do casco ZJT031890976               

comprimento fora a fora            7,92 mts
comprimento á linha de água    6,40 mts
boca                                             2,29 mts
calado                                          1,22 mts
arqueação                                    2449 kg
lastro em aço                               1043 kg
área vélica                                   28,24 m2
motor        Farymann                  5 hp

Material que vinha junto com barco:

Autohelm Seatalk tridata,(velocidade, profundidade e totalizador).
Gps Garmin portátil  comprei outro Garmin 72 tb portátil.
Rádio VHS com antena no topo do mastro em 2007 montei um rádio com DSC.   
Compasso iluminado visível por dentro e fora.
Sistema eléctrico com luzes navegação na borda e popa, tricolor, luz de ancora, luzes de convés, luz de barco a navegar a motor no mastro, luzes de cabine, saídas DC, painél DC com corta circuitos e tomada energia de terra.
Motor com arranque eléctrico e manual, alternador.
Painéis solares flexíveis na cabine para carga de baterias um com regulador de carga  comprei outro regulador de carga.
Baterias deep cycle 12 volts substituídas por duas exide 900 + uma para motor.
Leme de vento Cap Horn comprei um piloto automático Autohelm ST 1000+
Brandais e estais em cabo inox com fixadores Sta-Lok.
Âncora de proa Bruce com rolete em inox e bronze.
Âncora de popa Danforth com corrente e cabo.
40 metros de corrente galvanizada para âncora de proa..
Lifesling (bóia para recolha de homem ao mar).
Bóia redonda branca  substituída por uma ferradura laranja com luz.
Três coletes salva vidas.
Dois arneses com longes e mosquetões.
Degraus no mastro.
Passa cascos em bronze com válvula de esfera em inox.
Cones de madeira um por passa casco mais três de reserva.
Ventiladores solares na cabine e beliche de proa.
Molinetes; dois Harken na cabine para adriças e rizos, dois Harken para escotas da genoa, dois Gibb para balão.
 Mordedores para cabos um por bordo.
Guias de cabos um por bordo.
Moitões Ronstan.
Cabos reenviados ao poço.
Coberta para vela grande, casota protecção, estofos no poço e sanefas tudo em "Sunbrella" azul escuro tratamento ultra violeta.
Fogão de um bico a alcoól  marca Origo com báscula.
Velas grandes uma com três rizos e reforçada com tripla costura, uma genoa #1, uma genoa #2, uma jiba de trabalho com rizo, uma vela de mau tempo, um balão.
Um pau de balão + um pequeno.
Sanita Jabsco com bomba nova e outra de reserva.
Balsa salva vidas Zodiac costeira para seis pessoas em contentor.
Bote insuflável Bombard de 1.80 mts com remos bomba de ar remendos comprei um motor Suzuki de 2.2 hp.
Epirb ACR satellite2 406 Mhz com caixa e disparador hidrostático.
Binóculos.
Agulha azimutal.
Espelho Heliográfico.
Fachos de mão e pára quedas  já substituídos.
Buzina a ar com carregamento com bomba de bicicleta.
Candeeiro a óleo em bronze com báscula.
Pratos, tigelas sopa, canecas e talheres.
Cafeteira tipo italiana.
Bule para aquecer água.
Caixas com alguma ferramenta e sobressalentes completei a ferramenta.
Cana de leme sobressalente.
Bomba eléctrica de porão.
Bomba manual de porão fixa.
Bomba de água salgada bacia da loiça.
Bomba de água doce bacia da loiça.
Bomba manual para esgoto.
Tanque água doce 40 lts debaixo do beliche BB.
Tanque água doce proa capacidade desconhecida.
Tanque gasóleo 40 lts.
Cabos de amarração.
Três defensas cilíndricas Taylor  comprei mais 5 tb cilíndricas.
Dois extintores incêndio de 1.5 kgs  comprei manta anti fogo.
Um relógio em bronze.
Uma estação de tempo electrónica.
Etc.etc.etc.etc.etc.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Manufacturer`s Comments

The J.J.Taylor Contessa 26 is one of the best proven ocean-going designs available today, irrespective of size and the fact that this 26-footer has sucessfully completed any number of major blue water passages is a testimony to the construction quality of the yacht. J.J.Taylor contessa 26 was selected by Tania Aebi for her solo circumnavigation.
Part of  the reason for the appeal of this yacht to offshore sailors is that she is designed for safety and comfort at sea, while providing practical and tested accommodations below. The full keel ensures excellent
tracking and with 2,300 lbs of lead ballast, she can really stand up to a blow. She is not one the new ultralights and has seakeeping qualities and a motion trough the water usually associated with a much bigger
boat. So, while safety and comfort are prime considerations it is good to know that the J.J.Taylor Contessa 26 has very close winded sailing characteristics and is happy on all points of sail.
Because these boats are built to go anywhere, enormous attention is given to their construction to ensure years of trouble free sailing.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Porquê Ushuaia

Em 2006 quando comprei o barco a Neil Bose canadiano em viagem para Tasmânia e que acabou prematuramente na marina da Horta sabe-se lá por que carga d`água. O barco tinha por nome "Murphys Boat" e como para mim esse nome não tinha nenhum significado a não ser a lei de Murphy que diz mais ou menos isto; quando uma coisa tem que correr mal , ela acaba por correr mal faça-se o que se fizer.
Assim a 1ª coisa a fazer foi mudar o nome e apesar dos avisos dos muitos, demasiados, hipócritas que acreditam que mudar o nome dum barco dá azar eu mudei para algo que me dizia alguma coisa.
USHUAIA é, para quem ainda não sabe, uma cidade no sul da Argentina situada na província de Terra do Fogo e até há bem pouco tempo o local habitado mais austral do globo, perdeu esse estatuto para Port Williams pequeno porto de pesca Chileno umas milhas mais a sul. Na época a minha ideia era navegar para essa cidade e depois subir as costas de argentina e Brasil  mas como o clima nessas latitudes é muito frio, optei "ainda nada definitivo"pelas terras do sul mas acima do equador.

Video Youtube

O 1º vídeo YouTube na barra superior foi filmado pelo meu amigo e colega de serviço Ângelo Silva em Junho de 2009.
Em Maio de 2009 fomos movimentados em comissão de serviço juntamente com o amigo e colega Marco Rosa da Capitania do Porto da Horta para a Capitania do Porto da Praia da Vitória onde prestaremos serviço por um período de três anos.
Saímos da Horta com destino Angra a 68 milhas de distância ás 12.20 horas com céu muito nublado, vento de 18 a 20 nós de noroeste e vaga tb noroeste de 3 a 4 metros. A viagem, governada quase sempre com o leme de vento "JARVAS", um rizo na grande e sem vela de proa, correu ás mil maravilhas. Chegámos em Angra do Heroísmo ás 00.30 horas com uma média de 6 nós.Pernoitámos em Angra e no dia seguinte seguimos viagem para Praia da Vitória a 13.5 milhas de distância demorámos três horas.
Da tripulação faziam parte skipper Aníbal Cardal, marinheiro Marco Rosa "super bock" e marinheiro Ângelo Silva "camera man".

domingo, 24 de outubro de 2010

Genesis

Esta é resumidamente a estória de dois velhos:

O velho Contessa 26, pequeno veleiro de 26 pés 7,92 metros e com origem nos estaleiros J.J.Taylor & Sons Ltd.,Toronto,Canadá, construído em 1977 e adquirido em 2006  para fazer uma viagem Atlântica em 2012.

O velho Marinheiro, Homem pequeno de 1 metro e 60 e com origem em Marinha Grande Portugal, geração espontânea,ou não, registado em 1958 e que em companhia do velho acima referido pretende fazer uma viagem em solitário pelo Atlântico ainda sem itinerário nem duração predefinidos.